Depois de anos com tantos resultados positivos, o governo federal anunciou mudanças na gestão do Fundo Amazônia. Com uma canetada, a Presidência da República extinguiu, desde o dia 28 de junho de 2019, o Comitê Orientador do Fundo Amazônia e o Comitê Técnico do Fundo Amazônia, fundamentais para a governança do Fundo.

Na prática, eles queriam aumentar a força do Ministério do Meio Ambiente nas decisões sobre como aplicar o dinheiro do Fundo Amazônia — que atualmente são feitas por um Comitê diverso e participativo, formado por governos, empresas, ONGs e comunidades tradicionais.

Além disso, o Ministro do Meio Ambiente já afirmou para a imprensa que quer utilizar recursos do Fundo Amazônia para indenizar proprietários de terras em áreas de conservação, o que hoje em dia é proibido pelo Comitê Orientador.

 

Os governos da Noruega e da Alemanha, responsáveis por 99% das doações ao Fundo Amazônia, se manifestaram contra as mudanças pretendidas. O governo brasileiro ignorou e disse que não precisava da ajuda destes países.

Noruega e da Alemanha então interromperam as doações ao Fundo.

Agora, assistimos desesperados a um colapso ambiental, ao aumento desenfreado do desmatamento e das queimadas na Amazônia e a uma crise de diplomacia internacional que ameaça a economia brasileira. 

Nos últimos dias o Fundo Amazônia se mostrou fundamental na garantia de recursos para compra de equipamentos para combate aos incêndios que foram utilizados nos Estados da Amazônia Legal. Além disso, vimos a importância de ampliarmos os recursos à programas fundamentais de combate ao desmatamento e queimadas, feitos pelo IBAMA e ICMBio, também apoiados pelo Fundo Amazônia.

Não podemos abrir mão de ajuda para a preservação e desenvolvimento sustentável de nossa floresta. Queremos a manutenção e ampliação do Fundo Amazônia! Não aceitaremos a descaracterização e destruição de um projeto tão importante por parte do Ministério do Meio Ambiente.